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domingo, 30 de novembro de 2008

Obstruções , luz e câmera.

A idéia do longa de curtas me foi apresentada numa mesa de bar, assim como quase todas as de outros projetos que topo fazer. Não que eu frequente muitos bares, mas sim pelo fato das idéias fluírem melhor nesse ambiente.
O Bruno me apresentou o primeiro curta que seria algo simples, se é que existe algum filme simples de se fazer, e rodaríamos apenas em uma locação em que todas as cenas se passariam ali. Mais uma vez fomos pra mesa de bar fazer com que as idéias fluíssem. Conversamos sobre a fotografia que poderíamos criar, fizemos algumas anotações e rascunhos em guardanapos e decidimos que algo contrastado e um pouco sujo seria algo diferente para uma comédia romântica.
A câmera foi escolhida pela facilidade de acesso. Usamos uma Panasonic DVX100 com setagem para chegarmos ao limite do contraste que poderíamos e uma regulagem de branco sempre diferente da que a câmera estipulava, muitas vezes pendendo para o verde ou amarelo, além de algumas expremidas em algumas setagens para tentar alcançar um resultado um pouco mais plástico.
Antônio Jr.

Assim, restava fazer uma lista de equipamentos para conseguirmos alcançar o que havíamos combinado. Em minha cabeça teríamos algumas luzes mais pontuais,uma ou outra mais para rechear a cena e outras cabeças pequenas para marcarmos bem certos detalhes. Porém o que conseguimos foram 4 set light (2 de 500w e 2 de 1000w) e um tripé 3 estágios, além de um carrinho de feira que foi utilizado como tripé, um lençol vermelho que foi utilizado como gelatina de efeito, uma luminária japonesa (100w) da Marisa(Dir. de Produção), uma luminária de mesa (15w azul) e um isopor sulfite (de tão fino). Logo de início os set light de 1000w foram abandonados, pois queimavam qualquer coisa que estava por perto(Desculpe-me, Débora pelas plantas queimadas), e era preciso a utilização de algumas gelatinas que também eram torradas na frente do set light, e também deixavam o ambiente completamente quente. Com isso, a cabeças de luz utilizadas no filme foram feita com 2 set light de 500w, um no tripé e outro no carrinho de feira e as duas luminárias, e deu no que deu. Se ficou bom não sei, pois ainda não tive tempo de rever o material em um monitor confiável, pois estávamos apenas com minha televisão como vídeo assist. Assim que ver as imagens e fazer alguma marcação de cor, retorno para lamentar ou comemorar o resultado final.
E vale lembrar que essa foi a primeira vez fiz um trabalho inteiramente com câmera na mão. Isso foi sensacional. Estava ansioso por esse dia!

Antônio Jr. (diretor de fotografia)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Primeiros cortes

Pois bem. Demos início à edição do primeiro dos curtas que fazem parte desta série. Como se trata de diversos filmes relativamente curtos, a edição se deu em três dias bem tranqüilos, sem os prazos apocalípticos que normalmente o Bruno imprime aos pobres coitados dos editores.

Em relação ao material, muita opção pra montagem. A diretriz básica era tentar aproveitar ao máximo cada um dos planos, já que o roteiro é basicamente construído sobre os diálogos dos personagens. Ainda que em algumas cenas existisse apenas UMA opção de corte, acho que o filme ficou com um ritmo interessante. Neste exato momento faço uns testes no tratamento de cor, aplicando um bleach bypass pra criar uma textura contrastada, e brincando com a tonalidade de algumas cenas do apartamento.

Em breve mais notícias do cafofo da edição...

Daniel Duda (editor)

Quanto a linguagem...

Explicando um pouco mais a proposta do “Longa de Curtas”...
Já havia comentado, em um post anterior, a respeito do trabalho com os atores (Gessé e Débora), nesse texto quero fazer algumas explanações quanto a linguagem do filme. Nossa proposta, e desafio, é fazer com que cada curta-metragem tenha um tratamento único dentro do filme. A idéia é trabalhar uma estética diferente em cada uma das estórias, de acordo com a especificidade de cada gênero abordado. Isso requer um trabalho, mais do que nunca, conjunto entre os departamentos que influem no visual do filme. Para cada curta se faz necessária uma pesquisa com base nas escolas cinematográficas, pesquisa essa de de estilos; de direção, fotografia, arte e montagem, e somando ainda a essa pesquisa os referenciais fílmicos contemporâneos de cada um. Também estenderemos a proposta para a parte sonora do filme, um “prato cheio” para o desenho de som e trilha sonora poderem explorar as milhares de possibilidades que a fase de finalização proporciona.
Tentaremos, na medida do possível, manter a mesma equipe por todo o filme. O intuito é, além de criar entrosamento, poder-mos avaliar a evolução de cada um dentro do processo. Ninguém está recebendo cachê, todos estão participando, imagino eu, porque gostaram da idéia. Acho que esse é o cachê da equipe, “a experiência”. Conviver com o mesmo grupo de pessoas por meses, filmar em vários lugares diferentes, com estórias diferentes e personagens diferentes, fazer parte dessa coisa meio república, cigana, esquizofrênica, que é uma equipe de filmagem independente.

A equipe...

Falando um pouco da minha escolha de direção do primeiro curta...
Nesse primeiro curta/episódio optei por filmar todos os planos com câmera na mão, não só porque gosto de câmera na mão, mas por um motivo especial. Cada escolha do diretor é dramática, em dois sentidos; dramática para ele, que é quem tem que escolher onde vai a câmera e se ela se movimentará, e com o se movimentará, e para o filme, já que toda escolha de direção influencia diretamente na dramaticidade da cena. Escolhi a câmera na mão pela mobilidade, e pela característica documental/jornalística, que anda meio desgastada pelo excesso de uso. Ensaiei bastante com Gessé e Débora já na locação onde filmaríamos, isso ajudou muito pois já ensaiamos além do texto, a marcação deles em cena. No dia de filmar eu, Gessé e Débora estávamos sincronizados como um relógio (rolex dos bão!), aí era a hora do meu brother Antônio Jr (Diretor de Fotografia) começar a trabalhar. Expliquei para ele que queria que a câmera se movesse como se estivesse perseguindo as personagens, a idéia era camuflar a previsibilidade da movimentação em cena, filmar como se não soubesse qual era o próximo passo do ator. Acho que fomos bem sucedidos nessa “improvisação ensaiada”. Esse primeiro curta segue uma linha de comédia romântica (mais ou menos...), nesse sentido ele foi decupado de forma a dar agilidade as cenas, planos curtos e enquadramentos fechados em maior quantidade do que o normal, lembrando um pouco a linguagem de tele-filmes. Para fugir do clichê de iluminação de comédias românticas, que é uma “luz lavada horrível”, optamos por uma fotografia mais escura e contrastada; mas isso quem pode comentar melhor é o Antônio...
Fui!!! Como diria o coelho da warner “Por hoje é só pessoal”.

Bruno de Oliveira (diretor)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Produção e etceteras

É estranho pensar que estamos fazendo um longa quando nos reunimos pra gravar no máximo por dois dias a cada um, dois, três meses...
Eu sempre sou muito pressionada pelo Bruno. Se não é para eu ler o próximo roteiro do projeto é para eu escrever aqui. Já estou quase tomando a atitude drástica de atravessar a rua quando o ver para evitar aquelas perguntinhas “e aí, leu o roteiro?” ou “e aí, já escreveu o seu texto pro blog?”. Assumo aqui então que ainda não li o próximo roteiro que vamos gravar. Não tenho desculpas, são por volta de 6 páginas, não li porque não li (!) Então aproveito para assumir em público o compromisso de ler até o fim do dia!

Falando um pouco sobre a produção, esse foi o filme que proporcionalmente me fez tirar mais coisas da minha casa. Como a produção estava tranqüila (somente dois atores, muito bem preparados; três locações, no mesmo prédio; equipe ultra reduzida, que se bastava; todos da equipe tranqüilos e decididos), fiquei basicamente a disposição da arte e figurino. Caixas e malas de miudezas, roupas, sapatos que arrastei pro set. E falando em roupas, segundo o Bruno (eu realmente não fiz o cálculo) 80% do figurino usado no filme são roupas minhas. É bem estranho ver outra pessoa vestida dos pés a cabeça de Marisa, ainda mais se essa pessoa tem quase que o mesmo corte e cor de cabelo, altura, tom de pele. É mais estranho ainda ver que essa pessoa ficou mais bonita e gostosa que você dentro de suas próprias roupas (!).

Marisa Merlo

Saindo do setor da indumentária e entrando no gastronômico, as paradas para o lanche foram, como sempre, regadas ao bom e velho cachorro quente da receita da mãe da Natália e sucos exóticos (para não enjoar). Tem aquela história da água acabar no meio da noite e só ter água da torneira pro suco. A Ana apoiou na decisão de usar a água da torneira pelo bem de todos. Precisamos fazer as pessoas adquirir anticorpos, imunidades! Parece besta agora, mas quando formos gravar um longa em ritmo de longa, isso fará a diferença. Acreditem. E já que entrei nesse assunto, quero deixar público aqui o meu desapontamento com certa(s) pessoa(s) da equipe, que foram comer? Subway! Comemos e bebemos cachorro quente e sucos exóticos nos dois dias, não estava ruim e ninguém passou mal (!).

Eu achei que eu fosse dormir mais durante o filme porque não estou acostumada com madrugadas, mas percebi que comecei a desenvolver aquela tática de set de dormir acordada/estar acordada dormindo. O Bruno disse que não, mas tenho certeza que entre um cochilo e outro bastava uma chamada para eu acordar relativamente bem disposta para resolver os probleminhas. É importante salientar que esse foi o dia em que cheguei em casa mais cedo e acordada do ano inteiro!


Marisa Merlo (diretora de produção)

domingo, 23 de novembro de 2008

Caminhar é difícil...

Eu tenho uma filha de 2 anos... Ela começou a andar com 10 meses de vida. Ela ainda não se habituou a entrar no mar, mesmo gostando bastante de água, ela toma banho de balde, de chuveiro... Mas na praia ela gosta mais da areia, hehehe
Mas, andar, o aparentemente simples e rotineiro movimento de percorrer o espaço é uma das coisas mais complicadas... Andar em cena! Putz! Desde o primeiro curta que fiz (Fardo), percebo como é estranho e ao mesmo tempo primário você ter consciência, noção mesmo de movimentar seu corpo e percorrer a cena com intenção. Um detalhe que fico atento nos ensaios e na hora de gravar, “ como é que eu vou andar até lá e fazer tal coisa?”... Engraçado pensar nesses pontos.
Eu tenho dois irmãos mais velhos... Mais velhos mesmo, não sei ao certo a diferença de idade mas chega a ser próximo de uma década, logo, uma distância grande.
Conviver não é lá a coisa mais agradável pra mim... Porra! Que foda agüentar as pessoas! Quando é da família então...
Ultimamente tenho escrito mentiras bem distantes da minha vida pessoal. Acho que quando a gente começa a escrever, sempre cai na confissão, na expressão de idéias relacionadas ao umbigo e estou satisfeito em ver que meus textos têm saído longe disso.
Estamos ensaiando um diálogo pra próxima gravação. Já começou a rolar um climão. Coisa tensa e tals... É um texto bem curto, até comentamos que parece haver mais tempo entre as falas. É um tipo de enfrentamento que eu nunca tive com meus irmãos! Acho até que gostaria de ter tido, algo assim, algo vivo. Algo que pudesse percorrer a distância de uma década entre nós. Só que caminhar e derrubar a distância, nem sempre é possível. Então, mesmo se habituando ao caminhar, mesmo acostumando o corpo com o “passo”; há certas coisas que não se alcançam, e há certas pessoas que não caminham... Acho que esse é um dos mots do próximo diálogo...

Gessé Malmann (ator)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

fotos. Rosano mauro jr

“Fazer um filme!” foi essa a frase que me perseguiu e persegue, desde que Bruno entrou na minha vida. Sim. Ele entrou...assim... de repente!
Tudo começou porque ele viu e gostou de um ensaio fotográfico feito pelo fotógrafo Rosano Mauro Jr , La novia, e uma pequena aparição minha no longa Estômago. E aí ele já estava sentado no meu sofá, fumando um cigarro na minha janela, e trazendo cervejas pra dentro da minha geladeira!! Ele virou..o Nêgo, como costumo dizer por aí.
Bruno de Oliveira

Gessé é o caro misterioso que me acompanha desde o primeiro ano da faculdade de artes cênicas. Colega de sala, virou colega de espetáculo, agora colega de filme...eu diria...amigo. Amigo de filme! Ele já conversa comigo (rsrsrsr). Não tenho mais dúvida quanto as suas ironias engraçadas. Seu silêncio eterno já não me incomoda mais.
Débora Vecchi e Gessé Malmann

Tenho achado ótima essa convivência. O Bruno tem uma banda de rock é solteiro e gosta de beber, o Gessé tem uma filha, trabalha todos os dias e não bebe, pra não aumentar a barriguinha. Eu trabalho de vez em quando, namoro, tenho gatos e plantas, e gosto de cerveja preta e doce.
É...eu diria “Que bela combinação!”
por Débora Vecchi (atriz)

Fazer cinema, um aprendizado a cada dia...


fotos. Rosano mauro jr

Fazer esse filme, ainda sem nome, vem sendo uma experiência imensamente interessante, especialmente para mim. São vários os motivos mas vou tentar resumir aqui. Primeiramente por trabalhar com diálogos, uma novidade para mim, como o Gessé disse no post anterior “Como é importante discutir e pensar os detalhes e intenções que recheiam um texto. Criar o que não está escrito é bem divertido”. Esse trabalho de esmiuçar um texto descobrindo aos poucos o que as palavras, ou o espaço entre elas, querem dizer, é muito instigante, ter o prazer de descobrir coisas que talvez nem o próprio roteirista ao escrever tenha se dado conta. Nos meus filmes anteriores as estórias eram contadas quase que totalmente através de imagens, com pouco ou nenhum diálogo, logo o processo de direção se tornava impositivo,a estética ditada as regras da narrativa, cada posição de câmera era sagrada. Nesse filme estou buscando roteiros construídos em cima dos diálogos e deixando o texto me levar, durante os ensaios cada cena vai conduzindo a direção naturalmente para um tipo de abordagem, a decupagem surge naturalmente, de forma fluída. Estou me sentindo mais a vontade com esse processo, é muito mais prazeroso do que se debruçar sobre uma mesa para decupar um roteiro sem vida.
Gessé Malmann

“Dar vida ao roteiro”, isso me leva ao segundo motivo pela satisfação em realizar esse trabalho, a direção de atores, outra área em que eu havia me aventurado pouco nos filmes anteriores. Nessa empreitada de fazer um Longa de episódios me propus o desafio de trabalhar roteiros que fossem essencialmente focados nos atores, o chamado “filme de ator” (não confundir com filme de autor que é um assunto que causa muita polêmica). E para uma primeira vez indo mais a fundo nesse processo estou bem satisfeito com o resultado, e devo isso e agradeço, a Gessé Malmann e Débora Vecchi, essa dupla de atores dedicada e corajosa que topou interpretar diversos personagens dentro de um mesmo filme, não é tarefa fácil.
ensaio...

Em nossas conversas aprendo não só sobre interpretação, mas também sobre a vida em vários aspectos, sob outros pontos de vista. Nós três somos bem diferentes uns dos outros, e isso acrescenta muito nas discussões sobre o perfil das personagens e as peculiaridades de cada estória. O tema geral do filme é “relacionamento” ,logo o próprio tema nos leva a visitar nosso passado, remexer nas feridas, e relembrar os conflitos por nós vividos, repensar os “porquês” e “como” as relações começam e acabam, e nesse processo acredito estarmos fazendo não só um filme, mas também uma viagem pelo auto-conhecimento e por um entendimento maior desse animal tão complexo que é o ser humano.


Bruno de Oliveira (Diretor)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Conversando a gente se entende, ou não... hehehe

13/11 – nos reencontramos para conversar sobre a próxima história a ser gravada.Como é importante discutir e pensar os detalhes e intenções que recheiam um texto. Criar o que não está escrito é bem divertido.Apenas conversamos e isso foi bem útil para o entrosamento e para a expressão da forma de pensar de cada artista.Acho que tem uma etapa da criação que é o “descarte”. Você vai pensando as coisas mais óbvias primeiro e vai se desfazendo delas a medida que pensa e diz, e assim, vai se aprofundando no que realmente interessa daquele assunto ou texto a ser encenado. Acho que fizemos isso hoje. Sair do lugar comum, e ver as nuances e detalhes que uma personagem e um conflito podem produzir.Estamos projetando filmar em dezembro, se tudo correr direito, filmaremos em breve. Como gostaríamos é pra ser bem diferente do primeiro...Logo mais detalhes virão...

Gessé Malmann (Ator)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Um Longa de Curtas


fotos. Rosano mauro jr

A idéia surgiu de repente e parte da nossa vontade de realizar, experimentar e aprender a fazer cinema. Queríamos fazer um filme, pronto! Tentamos algumas coisas até nos concentrarmos em uma mistura de histórias curtas... Propomos a diversidade de linguagens e gêneros de cada história tornando o projeto uma grande oportunidade de realizar um filme independente, interessante e que possa alcançar um público diverso.Pra mim é bem curioso experimentar a filmagem, criar a cena pra câmera. Primeiro, tem a interpretação pelo “Método”, algo mais preciso de tentar no cinema do que no palco, aliás essa diferença do veículo de comunicação traz uma sensação de diversão que faz lembrar a fase inicial de ator, quando você vai descobrindo coisas ao mesmo tempo em que está fazendo, então é quase como aprender a andar, ou nadar, ou dirigir sei lá... A sensação de caminhar em algo novo... Conhecido e desconhecido ao mesmo tempo.A questão técnica é algo que me chama bastante atenção, porque as vezes no teatro, três ou quatro atores se juntam e conseguem montar um espetáculo, no filme, o ator é mais um contribuinte, então a interação de toda equipe de criação e desenvolvimento do filme, pode colocar sua assinatura, propor sua leitura e realizar seu trabalho combinado com todo o resto, a unidade do filme é formada em setores muito definidos – no Teatro, tem sempre o desdobramento de cada pessoa para realizar de tudo.
Débora Vecchi e Gessé malmann
A Primeira parte Filmamos o primeiro roteiro, em dois dias (25 e 26 de outubro). Eu escrevi a idéia desse trecho em uma tarde. É um conflito entre duas pessoas bem distintas, com vazios parecidos, e eles se envolvem de alguma forma pra suprir essa ‘carência’. O primeiro dia foi “punk”, mas quase concluímos tudo, ficando poucas cenas pro dia seguinte.Meu personagem, é algo meio nerd, meio workaholic... Gostei de experimentar a tentativa desajeitada de aproximação dele... Dissimular uma intenção sem querer é bem divertido...Em dezembro pensamos em seguir com as filmagens de uma segunda história...Em breve mais detalhes!


Gessé Malmann (Ator)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Como surgiu...

Estávamos eu, Gessé e Débora sentados ao redor de uma mesa no Café Mafalda, os três pensando “E agora?”. Acabávamos de levar um balde de água fria em nossas cabeças. Na época eu estava iniciando um novo projeto e havia convidado os dois para serem os protagonistas do filme, mas as negociações com meu co-roteirista acabaram seguindo outro caminho e não seria possível tê-los nos papéis principais, então voltávamos a estaca zero. Mas estávamos empolgados para realizar algo, não deixar a peteca cair, então fomos para nossas casas com a missão de pensar em uma solução. Em casa, fritando os miolos de tanto pensar, eis que me veio a luz. Plim!!! Eu gosto bastante do “Sobre Café e Cigarros” do Jarmusch, um filme formado por vários curtas e feito ao longo de alguns anos, pensei com meus botões, porque não? Também gostei de outras experiências do tipo, como a coletânea de curtas “11 de setembro” e “Cada um com seu Cinema”, foi assim que a coisa começou. Pensei, fazer um longa aos poucos não é má idéia, com planejamento e trabalhando de modo cooperativo dá pra driblar a falta de dinheiro, e além disso fazer um filme ao longo de meses será um grande exercício de paciência, quase uma atividade Zen. Outro fator decisivo para essa escolha foi a abundância de textos disponíveis, a maioria deles do Gessé, que é uma máquina de escrever, as vezes acho que ele escreve até dormindo... Falei minha idéia para Débora e Gessé e eles toparam a empreitada, agora faltava um primeiro roteiro, tínhamos algumas opções e acabamos escolhendo um do Gessé, “O que acontece depois?”

Bruno de Oliveira (Diretor)