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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Stand by...

Escrevo esse post para dar satisfações aos leitores desse blog.
Sim; o longa de curtas continua em stand by, mas é por um bom motivo. Muito trabalho!!!
O segundo curta já está montado. Fiquei satisfeito, o tratamento de arte e fotografia ficou muito bom, seguindo a idéia de uma estética diferente para cada curta. Já na edição não mudamos muito de estilo do primeiro curta pra esse, culpa minha... A edição acabou seguindo a lógica do corte invisível, o Christopher até tentou montar de uma forma mais experimentosa, mas acabei optando por montar como estava na minha cabeça desde o set. A verdade é que filmo sabendo exatamente como vou montar (bom ou ruim? Não sei, é questão de estilo...), o fato é que se eu quiser fazer um filme mais experimental terei de filmá-lo para sê-lo.
Voltando ao assunto da nossa loooooonga pausa.
Pra variar estou envolvido em mais projetos do que tenho tempo de filmar, não estou reclamando, na verdade essa longa pausa, mesmo que meio obrigada, tem o seu lado bom. Esse “banho Maria” do longa de curtas tem servido para que eu reflita sobre vários aspectos da direção e do filme como um todo. Por exemplo, na questão da direção de atores. Eu, Gessé e Débora conversamos sobre o meu método (ou a falta dele), sobre o método deles, sobre o método Fátima Toledo e sobre a ausência de qualquer método. Essas conversas vão influenciar a nossa maneira de trabalhar daqui pra frente, acho que chegaremos a um método nosso, próprio para esse filme. Eles cedem um pouco, eu cedo um pouco e assim vamos caminhando.
Outra decisão importante que tomei é quanto ao conteúdo dos roteiros escolhidos. Eu estava optando por roteiros menos transgressores, evitando tabus e preferindo estórias que não contivessem cenas exageradas de sexo ou violência. Estava fazendo isso principalmente pensando na classificação indicativa do filme, mas cheguei à conclusão de que não posso me deixar influenciar por isso. “Estamos fazendo um longa metragem independente porra!” Não estamos fazendo um filme de “sessão da tarde”, estamos fazendo um filme que pretende retratar as relações humanas, em suas mais variadas formas, e para essa tarefa ser bem sucedida temos de mostrar os dois lados da moeda, ou como costumam dizer por aí: “botar o pau na mesa”.


Bruno de Oliveira (diretor)