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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

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É como se eu estivesse começando de novo.

Começo de novo. E vou começando sempre em busca de alguma coisa.

Com que eu me preocupo?

O que eu quero aqui?

Porque faço isso?

Porque eu tenho tantas perguntas que parecem não ter se quer um início de resposta?

A cada novo começo eu me proponho "ir".

Não sei de que maneira, nem pra onde, mas eu sei que quando eu for, quando eu estiver lá, algo terá se transformado dentro de mim.

Sei que transforma, não sei explicar..ainda não.

Hoje eu tive um sonho que mexeu comigo muito. Aquele tipo de sonho que a gente consegue ver os detalhes como na vida. E tudo nele era ruim e estranho. Em um determinado momento havia um buquê de flores vermelhas que passava na mão de todos. Eu queria muito pegá-lo, mas eu estava num canto chorando. E quando o buquê estava na mão do último, eu corri enlouquecida mente e consegui chegar a tempo de pegá-lo nas mãos. Hoje quando acordei, contando esse sonho, me disseram assim: "De um modo geral, sonhar com o que vc sonhou nunca é bom presságio... mas esse buquê de flores repassando entre pessoas, é muito, bom. E vc chorando querendo pegar e conseguindo é melhor ainda. teremos novidades boas brevemente."

O que isso significa? Acho que não significa.

Transforma. Eu ouvi isso e sorri. Como ontem quando eu caminhava. Eu olhei pra cima, e sorri. Um sorriso interno, quando vc sente que vive e que a vida vai te mudando em doses homeopáticas...cuidadosamente...te levando pra onde você deve ir.

Débora Vecchi

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pensar Imagens

Ontem, 21 de setembro, nos encontramos para esquentar a conversa no microondas
E daí rolou todo aquele corriqueiro papo de três horas de duração, sobre as mudanças ocorridas no trabalho, as mudanças ocorridas conosco... afinal já estamos há dois anos nessa empreitada cinematográfica.Num determinado momento entramos no assunto "próximo passo", ou seja, muito bem o que vamos filmar agora?
Nisso fomos falando, falando, falando sobre uma possível idéia jogada pelo Bruno e no fim o placar ficou no "zero a zero"... Perda de tempo? Creio que não, apesar de termos alguns roteiros numa fila de espera para filmar, concordamos que estamos num pique de fazer na hora, uma coisa bate-pronto, sem confundir com fazer de qualquer jeito, apenas não queremos gravar algo preso ao texto, então saímos do encontro com a tarefa de rascunharmos cenas.Aí que rola uma questão muito sensível em relação ao roteiro. Sou ator com formação e experiência em teatro, e por conta disso com o passar do tempo fui me aventurando na dramaturgia. Escrever pra teatro passa específicamente por pensar o palco, ou o espaço cênico e o que nele se vai falar, ou seja, eu preciso pensar a palavra (verbal/corporal) no palco. Escrever pra cinema passa por outro caminho, você precisa pensar imagens, afinal o contato com o público é completamente diferente, é outro veículo, outra linguagem específica.Eu sei que pra mim é bastante estimulante conversas como a que tivemos pois eu acabo formando imagens sobre possibilidades de cenas e enfim a criação artística em geral sempre passa pela imagem, a visão captura e tudo que nos preenche individualmente transforma essa memória da imagem em algo nosso, em material de trabalho, acho que nesse sentido essa matéria-prima sempre vai variar de artista para artista de acordo com sua cultura, seus referenciais, sua percepção de vida, de mundo...
Então estou aqui racunhando cenas e aguardando nosso próximo encontro para juntarmos peças e sair filmando por aí... (rsrsrsrs até parece romantismo hehehe)
Gessé Malmann