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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

É sempre difícil...

Nas primeiras leituras não me preocupei. Na metade dos ensaios uma crise. A primeira crise. Porque sempre há uma crise em algum momento. E ela sempre nos pega desprevenidos, mas sempre vem pra que alguma coisa se transforme ou surja. No primeiro curta ela veio também, me fez entender a relação da minha personagem com o personagem do Gessé. Neste segundo foi um pouco pior, mais intensa, ficou em mim por mais tempo. Longos dias (ufa!). Dúvidas sobre a intensidade da personagem, da raiva pelo irmão, do carinho ao mesmo tempo. Da dor de perder alguém, do rancor, da solidão. Vários sentimentos e estados que quase nunca estão presentes na minha vida. Os principais e mais fortes foram: perder o pai; ter asco, ódio, raiva do irmão. (Meu pai tá vivo! Amo meu irmão!) Como ser essa pessoa?? Foi muito difícil entender o que “ela” sentia e como seria essa conversa com o irmão.
Dividi essas minhas questões com algumas pessoas, pensei sobre isso durante muito tempo tentando fazê-las ficarem dentro de mim de alguma forma. Assisti alguns filmes. Aos poucos fui entendendo. Algo sempre acontece dentro de mim que faz meu corpo entender, minha voz entender, e acontece, assim...intuitivamente, depois da crise é claro!!
Se é bom ou ruim, certo ou errado? Hum...

Débora Vecchi

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Criando Problemas

Estamos na reta final pra gravar mais uma etapa do nosso filme. Devo dizer que é mais difícil que o anterior. Débora e eu estamos com personagens numa situação bem complicada e ta sendo bem “sério” encontrar o tom e os detalhes.
fotos. Rosano Mauro jr

O Bruno fica na janela fumando seu cigarrinho enquanto nós dois nos afundamos na coisa. Ele olha bem e torce pra gente se afogar, hehehe... Na verdade é um ambiente diferente, essa história de ensaiar as cenas pro filme, estamos nos adequando a postura dele, como ele não orienta muito sobre o que fazer, Débora e eu vamos lentamente deixando a preguiça de lado pra começar a ler, passar o texto e a cena, daí sim, Bruno já está aquecido de fumar e nos escutar e ele começa a opinar e, realmente, comentar algumas questões.
Débora já experimentou alguns modos de falar esse texto e encontrou uma dureza no personagem nos últimos dias que parece ter alavancado toda a carga da situação. Gosto do modo como ela cresce na cena e dá pra perceber a energia contida desde o início. Meu contato com o texto parece ter sido um pouco mais rápido na leitura e estou pesquisando posturas corporais e mais nuances na voz. A postura principalmente, está bem difícil, fico testando e as vezes me perco um pouco, mas com o treino, espero ficar melhor até o dia D.

Quanto aos problemas, bom... São esses detalhes saborosos de combinar e procurar nas leituras e nos ensaios, um modo de comportamento e raciocínio que os atores possam dominar e que o diretor possa conduzir na cena para a filmagem, de modo que possa fluir como unidade.
No mais, estou me sentindo bem a vontade em aturar o cigarrinho do Bruno na janela e colaborar com a Débora na contracena, e também menos tenso em interpretar um texto que eu mesmo escrevi, sempre achei bem esquisito isso.




Gessé Malmann (ator)